Anorexia e Bulimia também são problemas de criança.
Um assunto que muito preocupa os pais é a alimentação das crianças, já que uns comem pouco, outros são muito seletivos e tem aqueles que gostam apenas de comer “bobagens”. A infância é o momento da formação da personalidade, quando a criança aprende a se comportar, expressar seus sentimentos e pensamentos. Durante esse aprendizado, o comportamento alimentar da criança serve também como via para a expressão de seus sentimentos e experiências, o que pode facilitar o surgimento de algum transtorno alimentar.
De acordo com a psicóloga especialista em transtornos alimentares e obesidade, Talita Lopes Marques, hoje existe um aumento da preocupação com o peso e dietas entre as crianças. “Embora não existam evidências científicas de que isto leve a um transtorno alimentar, é fato que esses comportamentos ao menos predispõem a criança a anorexia e bulimia”, ressalta.
Estudos apontam que ocorram de 9 a 26 casos de anorexia por 100 mil habitantes em meninas de 10 a 14 anos. “Entretanto, existe uma dificuldade em se obter esses dados, pois é normal as crianças se esconderem, não entendendo seu comportamento como doença, pela vergonha dos pais, familiares e escola, ou mesmo pelos cuidadores não perceberem os comportamentos inadequados da criança”, observa.
Como identificar
Para identificar o transtorno alimentar, os pais devem prestar atenção no comportamento do seu filho. Segundo a psicóloga, é comum a criança com anorexia apresentar baixa auto-estima, comportamentos obsessivo-complusivos, busca por controle e dificuldade na conquista da independência, ansiedade e depressão.
A criança com bulimia geralmente apresenta peso esperado para a sua faixa etária e muita ansiedade. Os comportamentos mais comuns são episódios de superalimentação, com falta de controle sobre a quantidade de comida ingerida, seguidos de medidas compensatórias – exercícios físicos em excesso, jejum, vômito.
Além disso, existe uma preocupação mórbida com peso e o corpo, possibilidade de uso de diuréticos e laxantes e comportamentos auto-lesivos como queimar-se, cortar-se, usar álcool ou drogas. “A doença é mais comum entre meninas do que em meninos e na infância parece ser mais rara que a anorexia, embora jovens adultos que sofrem com a bulimia relatem a ocorrência de sintomas desde o início da adolescência”, aponta Talita.